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sábado, 17 de junho de 2017

Nova sinalização


Nas nossas cidades há uma vasta gama de sinalizações, tendo por objectivo informar, prevenir e orientar o cidadão que nelas circula. A utilidade desse sinalizar é perfeitamente consensual. Considero, no entanto, ser vantajoso ampliar a sinalização, alargando-a a outra esfera, uma vez que não seria menos útil haver também em cada esquina das principais artérias das nossas metrópoles aquilo que baptizo de sinalização intelectual. Um tipo de indicação que prevenisse o cidadão relativamente a um perigo constante: o da perda da Liberdade. Tal como há sinais de trânsito avisando da existência de risco de atropelamento ou de acidente, devia haver também sinais indicativos desse outro nível de risco. O perigo permanente de ser vítima do totalitarismo, da ditadura, do fascismo, ou, caso se prefira terminologia mais clássica, o perigo da tirania. Como estou em crer que alguns aconteceres recentes, com destaque para o facto histórico de um doente mental ter sido eleito presidente do mais poderoso Estado actualmente existente à face do Planeta, concorrem para reforçar a utilidade da minha proposta de implementação de um novo tipo de sinalização pública, tomo já a liberdade de deixar aqui, de imediato, algumas sugestões relativamente ao conteúdo da sinalização urbana que proponho.

Cuidado! Pratique a cidadania para evitar ser atropelado

Cuidado com os furtos da Liberdade; pode sempre acontecer aqui

Atenção! Se não se disponibilizar para morrer pela Liberdade, vai morrer pisado pela tirania

Atenção! Aprenda com a História, evitando um acidente histórico

Atenção! Cultive o hábito do pensamento crítico, dando preferência à utilização da sua cabeça

Cuidado! Não troque a Liberdade pela Segurança; sem Liberdade nunca estará seguro

Como a cidade está cheia de turistas, e para que o entendimento da sinalização seja mais universal, talvez seja recomendável o uso do idioma mais global, o inglês. Nesse caso, um dos sinais que sugiro como um dos mais necessários inspira-se numa asserção atribuída a Thomas Jefferson:

Attention! Eternal vigilance is the price of Liberty

Aqui fica a minha modesta proposta. Em cada esquina das ruas mais frequentadas deve ser colocado um sinal de novo tipo, com avisos/conselhos iguais ou semelhantes aos que acabo de sugerir. Será um novo tipo de sinalização urbana: a sinalização intelectual.
João Maria de Freitas-Branco
Caxias, 17 de Junho de 2017

Vasco de Magalhães-Vilhena


NOTÍCIA E CONVITE À LEITURA

Para conhecimento de todos os eventuais interessados, informo que foi recentemente publicado na revista Philosophica, editada pelo Departamento de Filosofia e pelo Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, o meu ensaio intitulado “Vasco de Magalhães-Vilhena e o seu legado epistemológico”.

Referência bibliográfica:

Philosophica
nº49, Abril de 2017
ISSN: 0872-4784

Vasco de Magalhães-Vilhena
historiador social das ideias

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Departamento de Filosofia / Centro de Filosofia
Internet: http//revistafilosophica.weebly.com/

 

Sinopse

O número 49 da revista Philosophica reúne artigos que têm em comum uma relação com a vida e o pensamento de Vasco de Magalhães‑Vilhena, Professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa de 1974 a 1979.
Por ocasião do centenário do seu nascimento (1916‑2016), e assinalando a doação do seu espólio bibliográfico pelo Partido Comunista Português à Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, realizou‑se nesta Faculdade, a 2 de Junho de 2016, a Jornada de Homenagem a Vasco de Magalhães‑Vilhena: “Historiador Social das Ideias”. Assim se entendia, no seu próprio labor intelectual, o antigo Professor de Filosofia da Faculdade de Letras; assim se intitula também este número da Philosophica, cultivando a memória do legado de Magalhães‑Vilhena, não por alguma espécie de culto necrófilo, mas para o deixar como referência filosófica às gerações mais jovens, a fim de que estas tenham o lastro das anteriores, onde possam inscrever de forma ciente novas diferenças e tendências de pensamento.