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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Alerta!


Alerta!

Não seria necessário recuar muito no tempo. Pouco mais de um ano; dois, no máximo. Se nessa altura alguém me tivesse dito que uma embaixadora dos Estados Unidos da América nas Nações Unidas iria dizer o que foi dito oficialmente há poucas horas, em nome da Casa Branca, em nome do Governo americano, sobre a votação relativa ao reconhecimento ou não reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, eu não teria acreditado. Um representante oficial da Nação de Thomas Jefferson, John Adams, Thomas Paine, Benjamin Franklin poder afirmar, em plena assembleia geral das Nações Unidas, que a maioria dos países ali representados estavam obrigados a votar de acordo com a vontade do Governo americano porque os EUA lhes pagam para isso, era para mim algo inconcebível. Mas foi isso mesmo que se passou diante dos nossos olhos esbugalhados e para minha absoluta estupefacção.

A administração Trump declarou assim, abertamente, dirigindo-se ao mundo inteiro, que era contra a Democracia, contra a liberdade de voto, contra os princípios da Revolução Americana, contra os ideais dos Founding Fathers. Não será isto motivo mais do que suficiente para iniciar um imediato processo de impeachment? A minha resposta é clara e inequívoca: Sim! Sim, é motivo e é urgente que assim se proceda.

O meu agudo estado de inquietude perante as inaceitáveis, ameaçadoras, alarmantes e muito perigosas declarações do Governo norte-americano, liderado por um doente psíquico obsceno, agrava-se ainda mais quando noto a relativa indiferença e passividade de muitos. A banalização da imoralidade surte os seus nefastos efeitos. Mais um escândalo, entre muitos, de diária frequência. Frequência que banaliza… Mas este é um escândalo diferente, de outra dimensão. É escândalo maior; indecência universal! É, por isso, ainda mais preciso gritar: Basta! É urgente resistir! Todos os países civilizados têm a imediata obrigação de avançar com um voto de protesto. Devem convocar os respectivos embaixadores americanos para transmitirem que não admitem um tal comportamento contrário aos mais elementares princípios norteadores da Organização das Nações Unidas, do Direito internacional, do Estado de Direito Democrático. Princípios básicos da civilização moderna.

Dizer, com todas as letras: pagamos para que votem em nós, e se não votam em nós retiramos o apoio à ONU, é uma intolerável obscenidade política.

É urgente resistir. Espero ver o Governo do meu País tomar, no palco internacional, clara posição de resistência e de veemente indignação.

João Maria de Freitas-Branco
Caxias, 22 de Dezembro de 2017

 

 

 

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